S.T.T. / 45 anos - Contabilista - I.T. / 43 anos - Economista


A primeira vez que conversei com um psicólogo foi como mãe de paciente. Lembro-me de ter ficado encantada de encontrar alguém que fazia de sua profissão ouvir e entender o outro. Não passava pela minha cabeça que eu precisasse fazer terapia. Mas nesse período, aconteceu o falecimento de meu pai. E, então, tudo desabou. Conheci a sensação de vazio, solidão, me senti órfã e sem chão. Eu precisava falar com alguém, ainda que as palavras não viessem. Mas superei sozinha. Mais uma vez sozinha. Sempre foi sozinha, me sentindo sozinha, sofrendo sozinha, vivendo sozinha no completo silêncio do meu cubículo. Os anos passaram, as crianças cresceram, criaram asas, voaram até. Descobri que o silêncio passou a ser ensurdecedor e resolvi cuidar desse vazio. Mas pra isso, teria que olhar em detalhes para meu relacionamento com meu marido. Havia uma sala (no meu interior) completamente vazia e ele já nem morava lá no meu coração. Estávamos tão distantes que mal conseguia vê-lo ou ouvi-lo. Foi quando soube que ele havia partido e encontrado uma outra pessoa com quem dividir suas próprias angústias, sentimentos e necessidades. E eu parei para pensar que também tentei dividir os meus anseios com outro alguém, mas não combina comigo ser ambivalente, então desisti e preferi o vazio do silêncio ao que já havia me acostumado no meu coração.
Quando aconteceu o momento da provável separação, meu esposo pediu para que fizéssemos um último esforço de reconciliação e decidimos tentar de novo. Mas ele também pediu que procurássemos um profissional de psicologia para entender em detalhes o que aconteceu com o nosso amor e o nosso casamento. Assim foi como encontrei a Dra. Andreza. Fomos ao consultório juntos e ela nos fitou curiosa tentando entender o que o casal de "pombinhos" que parecia tão feliz fazia lá. Foram semanas de consultas, às vezes sessões duplas, outras vezes duas visitas na semana até desentranhar tantas caixas, caixotes e caixinhas de dentro de nossas histórias guardadas a sete chaves. Ela fez o impensável: admitimos que precisávamos demais falar e organizar todos esses sentimentos e emoções para poder continuar adiante em nossos projetos de vida. Nos ensinou sobre razão, emoção, intenção, culpa, trauma, e muitas outras emoções. Nós conseguimos a reconstrução do relacionamento mas além disso, a reafirmação de nossas personalidades como indivíduos adultos e liberados de suas crianças carentes e vitimizadas. Hoje vivemos completamente acordados, conscientes da responsabilidade sobre nossos pensamentos, ações, reações e emoções; estamos investindo tempo e esforço no trabalho árduo de amar outra pessoa numa construção diária de companheirismo, doação e entendimento. Mas principalmente, ficamos eternamente agradecidos à nossa amada Andreza por ter proporcionado este crescimento singular com tanto esmero, nos guiando com profissionalismo e carinho, como um farol no mar revolto. Que Deus a abençoe e continue iluminando muitos outros caminhos nesta jornada que é a vida. Nossos sentimentos de gratidão e amor!